Afonso Cruz é facilmente um dos meus escritores preferidos - é incrível a capacidade que esta pessoa tem de me tocar em partes da alma que eu nem sabia que existiam. Todos os livros que tenho dele acabam em “mau estado”, de tão sublinhados, anotados e amolgados que ficam (ou por outras palavras, de tão amados que são).

É-me impossível passar para aqui o livro inteiro não é? É que não há passagem favorita, cada palavra deste livro tirou um bocadinho do meu coração. Fiquemos com esta:

“Creio que o guarda-chuva é uma excelente invenção. Repare: não é um objecto que evita a chuva individualmente. Não gosto dela, mas não acabo com ela, não a destruo. O guarda-chuva é uma filosofia que usamos no quotidiano. A água continua a cair nos campos, apenas evito que me estrague o penteado. É um objecto bondoso, que não magoa ninguém.
Não há muita coisa assim.”