2,5 ⭐

ok, vamos lá.

o livro é literalmente sobre conversas entre amigos, por isso meu problema começa quando essas conversas sempre parecem extremamente forçadas, oriundas de uma banalidade e que acabam se tornando academicistas quase que o tempo todo. não consigo pensar em uma melhor amiga que vai ficar te dando aula sobre o capitalismo mesmo sabendo que você é declaradamente comunista há anos, por exemplo. é nítido que a autora sabe do que fala quando cita sistemas socioeconômicos e a disparidade de classes, mas ela evidencia tais assuntos onde eles simplesmente não cabem, ou seja, um simples rolê com seus amigos soa sempre como um convite à palestras maçantes sobre os problemas do capital (e suas consequências no mundo).

isso poderia ter menos peso na minha conclusão caso o enredo me deixasse empolgada, mas também não aconteceu. o nick é um cara problemático que não sabe se relacionar com mulheres da sua idade e supre essa negação dizendo a si mesmo que é um grande aliado das causas realmente importantes para as mulheres. a autora é sutil e coloca em doses homeopáticas o fato dele procurar relacionamento com mulheres bem mais novas e acredito, nesse ponto, que tenha justamente um teor crítico (embora o final tenha me deixado quase crendo que ela só quis passar pano mesmo). não vou nem me aprofundar no fato das críticas ao capitalismo estarem presentes durante TODO TEMPO da história e em determinado momento a frances simplesmente decidir

Spoiler

passar uma semana na frança viajando e sua chefe aceitar na maior naturalidade do mundo.

é tudo tão circunstancial e conveniente que cheguei a achar que essa parte era sarcasmo (não era).

enfim, concluí que se tivesse lido há uns 7 anos, teria gostado. a escrita da sally é excelente, assim como em "pessoas normais" — que é bem superior a esse —, na minha opinião.