Do escritor famoso por "Mundo de Sofia", que leva sua fama também por seus questionamentos filosóficos, era de se esperar que esse pequeno livro também trouxesse ideias e levantasse dúvidas para o leitor. A forma que Jostein Gaarder escolheu para isso foi a mais fácil e, em alguns momentos do livro, a mais cansativa: dois personagens conversando.

A pequena novella é basicamente conversas entre Cecília e o anjo Ariel, onde na conversa o autor colocou questões e expressou suas opiniões através dos personagens. Infelizmente, a história não tem um motivante muito maior do que essas conversas e visitas, ou seja, se as conversas não te interessarem no começo não tem porque continuar a leitura.

Tanto Cecília quanto Ariel são personagens inconvenientes e difíceis de lidar e, para mim, nada empáticos, parecendo diversas vezes arrogantes. Claro que suas opiniões são sempre válidas, mas nunca são convincentes o suficiente, deixando muitas questões levantadas com respostas nada satisfatórias.

A história é curta, a leitura é agradável e alguns diálogos são interessantes e envolventes (outros nem tanto). Talvez, para leitores que tenham uma visão do mundo e uma filosofia mais alinhada com as dos personagens, o livro tenha uma relevância. Pessoalmente, o livro é bom mas nada excepcional, nada ao ponto de mudar opiniões ou fazer questionar verdades.