A review by mariasabeler
The Communist Manifesto by Karl Marx, Friedrich Engels

5.0

I.
sempre houve opressores e oprimidos. sempre houve várias classes. agora há 2 grandes classes inimigas:

*proletário* = trabalhador assalariado (ele não tem meios de produção, então precisa de vender as suas skills de trabalho para sobreviver)
- meios de produção = tudo o que é necessário para produzir coisas, sem ser o trabalhador. p.ex, para produzir batatas precisas de um campo, de sementes, de ferramentas, etc
*burguês* = patrão (ele tem os meios de produção e fica com o produto final aka as batatas. o proletário chama-se assalariado porque o burguês lhe paga apenas o suficiente para ele sobreviver: p.ex, se o proletário produz 5 batatas num mês, o burguês só lhe dá 1 e guarda as outras 4 para si)

os descobrimentos, colonização e expansão do comércio tornaram tudo industrial aka meteram máquinas nas fábricas. logo, cresceu a burguesia

a burguesia destruiu as relações todas, fez o mundo girar à volta do dinheiro. transformou toda a gente em proletariado. a burguesia acabou com os locals e uniu tudo numa (1) só cena gigante internacional. obrigou toda a gente a participar na sua cena, é impossível fugir

a indústria cresce tanto que fica fora do controlo da burgesia: começam a haver crises pq tamos overwhelmed com tanta produção. como é q a burguesia ganha sempre? ela acaba com algumas produções e começa outras novas. mas isso só vai provocar novas crises. todas estas crises põem em perigo a existência da burguesia

o proletário é uma mercadoria, tipo os escravos. o seu trabalho torna-se boring e simples por causa das máquinas, o que leva a que mulheres e crianças possam fazer o mesmo trabalho. o salário (já baixo) vai descendo

a escravatura “funcionava” porque o dono dava condições de sobrevivência ao escravo. mas a burguesia já nem consegue fazer isso ao proletariado. o proletariado vai ficando cada vez mais pobre

o proletariado une-se para lutar contra a burguesia. até alguns burgueses inteligentes se juntam ao proletariado na luta. o proletariado é uma maioria. lets go revolução, o proletariado vai ganhar

II.
o que é um comunista? é quem tem em mente os interesses reais do proletariado. o objetivo do comunismo é tornar o proletariado dominante, acabar com a propriedade privada e acabar com os “opressores e oprimidos” (e assim o proletariado deixa de ser dominante, ninguém é dominante. um por todos e todos por um, i guess)

criticam o comunismo: dizem que quer acabar com a propriedade pessoal. mas pessoal é diferente de privado: o pessoal é eu a fazer as minhas próprias batatas, o privado é as batatas que os burgueses roubam ao proletariado. o trabalho assalariado do proletariado não lhe fornece propriedade pessoal, mas sim dinheiro (e apenas o suficiente para sobreviver). dinheiro é uma propriedade social porque só funciona se todos o usarmos e ele multiplica-se através de mais trabalho assalariado. os comunistas não querem acabar com a propriedade pessoal, só querem que a vida do proletário deixe de depender do burguês. pode continuar a existir dinheiro, mas o dinheiro tem de perder o poder sobre os outros, para acabar o trabalho assalariado.

criticam o comunismo: dizem que acabar com a propriedade privada vai fazer com que as pessoas deixem de trabalhar por preguiça. mas na sociedade atual, quem trabalha (proletariado) não ganha nada e quem ganha (burguesia) não trabalha nada. dizem também que acabar com a propriedade privada vai acabar com a inteligência das pessoas. mas na sociedade atual, a única inteligência da maioria das pessoas é trabalho boring com máquinas.

acham que o mundo só funciona se for com as regras atuais, mas antes destas regras havia outras antigas e também não acreditavam que o mundo podia funcionar sem essas antigas.

criticam o comunismo: dizem que vai acabar com a família. mas a família dos burgueses depende de dinheiro porque os pais exploram os filhos. e a família dos proletários é afastada forçadamente porque têm todos de trabalhar. os comunistas querem que a educação perca a influência da classe dominante.

criticam o comunismo: dizem que quer criar uma comunidade de mulheres. epa ya. essa comunidade sempre existiu. a burguesia vê a mulher simplesmente como um instrumento de produção. os burgueses não se contentam com as suas próprias mulheres à sua disposição, gostam de seduzir as mulheres dos outros.

criticam o comunismo: dizem que vai acabar com o sentimento de pátria. mas na sociedade atual, o proletariado não tem pátria. primeiro precisa de ser dominante. a burguesia já fez desaparecer a individualidade dos países, mas o proletariado também, porque a sua vitória requer a união.

criticam o comunismo: dizem que vai contra o ponto de vista religioso, filosófico e ideológico. mas as ideologias dependem sempre da classe dominante. dizem “sure, mas há ideologias eternas, p.ex liberdade e justiça. o comunismo não quer mudar a religião, quer acabar com ela”. ya, até agora a religião só tem sido mudada e a dinâmica opressores-oprimidos tem-se mantido. o comunismo quer a revolução radical, quer acabar com a dinâmica opressores-oprimidos e, portanto, com as ideologias desta dinâmica.

fim das críticas. como é que fazemos isto acontecer? através de 10 medidas que podem parecer economicamente burras mas são inevitáveis:
1. tirar as propriedades privadas da burguesia e dar o seu dinheiro ao estado
2. impostos progressivos (quanto mais dinheiro tens, mais imposto pagas)
3. é proibido heranças
4. tirar as propriedades aos emigrantes que fogem para o estrangeiro e continuam a ganhar dinheiro de cá
5. o dinheiro é controlado pelo estado
6. os transportes são controlados pelo estado
7. multiplicar fábricas nacionais e terrenos
8. é obrigatório trabalhar
9. juntar a agricultura à indústria, para diminuir as diferenças entre o campo e a cidade
10. educação pública e grátis para todas as crianças e é proibido child labor

III.
1. socialismo reacionário (o revolucionário anda para a frente, o reacionário anda para trás)
- a) socialismo feudal/aristocrata: os aristocratas eram a classe dominante antes da ascensão da burguesia. quando a burguesia começou a ascender, começou um movimento para deixar entrar a burguesia no parlamento e tirar poder aos aristocratas. o proletariado era a favor desse movimento. mas os aristocratas também manipulavam o proletariado para ter o seu apoio. o proletariado era só trollado. os aristocratas escondiam tão mal as suas intenções reacionárias que a sua acusação principal contra a burguesia era que criaram um proletariado revolucionário.
- b) socialismo do pequeno-burguês: os pequeno-burgueses, tal como os aristocratas, foram destruídos pela burguesia. às vezes o pequeno-burguês ficava do lado do proletariado na luta contra a burguesia. no entanto, este socialismo é reacionário porque querem voltar à sociedade antiga.
- c) socialismo alemão: em frança, enquanto a burguesia era dominante, escreveram literatura socialista a falar mal dela. esses livros socialistas franceses chegaram à alemanha quando a burguesia alemã ainda estava a começar a derrubar os aristocratas, então para os escritores alemães aquilo não fazia sentido. eles eram a favor da burguesia, então mudaram algumas palavras dos livros franceses e chamaram às traduções alemãs “socialismo verdadeiro”. no entanto, ao longo do tempo a luta entre a burguesia e aristocracia alemã foi ficando mais séria, então o governo alemão passou a usar o “socialismo verdadeiro” para lutar contra a burguesia ascendente. isso despertou o interesse reacionário da pequena-burguesia, porque este “socialismo verdadeiro”, ao contrário do comunismo, não queria acabar com a dinâmica opressores-oprimidos. assim, permitia à pequena-burguesia lutar contra a burguesia e o proletariado.
2. socialismo burguês: a parte “boazinha” da burguesia (p.ex os que fazem caridade) quer manter a sociedade atual mas sem as suas lutas, ou seja quer a burguesia sem o proletariado revolucionário. quer enganar o proletariado: dizer-lhe que a solução não é a revolução. mas apenas a revolução permite o fim do trabalho assalariado.
3. socialismo crítico-utópico: as primeiras tentativas de “revolução” do proletariado estavam destinadas a falhar porque ainda ele não estava desenvolvido (só a burguesia o permitiu desenvolver). a literatura destas primeiras tentativas é então reacionária. eles querem tentativas pacíficas, sem acabar com a dinâmica opressores-oprimidos. já tinham algumas ideias based, mas faltava-lhes o desejo da revolução, então era utópico.

IV. os comunistas não são nenhum partido político específico contra os outros partidos operários já existentes. não querem moldar os interesses do proletariado. em muitos países, os comunistas juntam-se a outros partidos (p.ex socialistas) para lutarem contra a burguesia, convivendo com ideais opostos nesse mesmo partido, mas nunca se esquecem dos seus verdadeiros ideais.

os comunistas devem prestar atenção à alemanha, porque vai haver lá uma revolução burguesa soon, o que significa um proletariado mt mais desenvolvido, o que significa uma revolução proletária soon.

os comunistas apoiam qualquer revolução, porque põe em questão a cena das propriedades. os comunistas não tentam esconder os seus objetivos: eles dizem abertamente que os seus objetivos só podem ser alcançados através do derrube violento de todas as classes sociais.

proletários de todos os países, uni-vos!