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A review by ritaralha
A Maledicência by Rosa Ventrella, Rosa Ventrella
4.0
Copertino, Lecce, Puglia, Italia – no mapa fica mais ou menos na parte final do salto da bota.
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Maledicência, calúnia, detração, difamação, má-língua, murmúrio.
Agora sei por que razão restei eu: para contar a história de todos nós. Devagarinho – como dizia a avó Assunta –, começando do princípio.
– E por onde é que vais começar? – pergunta-me o meu pai.
(…)
– Pela maledicência – respondo-lhe. É por aí que tenho de começar. Quando ela se insinuou nas nossas vidas
Teresa, a filha mais velha de Caterina e Nardino Sozzu, é a narradora desta história, apesar de ser tranquila, reservada e silenciosa por natureza.
O avô Armando tinha o dom de narrar. O meu pai o do silêncio. A avó Assunta o da sabedoria camponesa. A minha mãe e a minha irmã, a beleza. E eu?
(…)
Durante grande parte da minha infância fiquei apenas a observar.
Angelina, a irmã mais nova, é o oposto. É uma rapariga rebelde, impulsiva, cheia de sonhos, ambições, vitalidade, curiosidade e arrogância.
Duas irmãs tão diferentes e ainda assim tão próximas, ligadas por um profundo sentimento.
Teresa narra a saga da família Sozzu e mostra-nos uma Apúlia pouco conhecida, desde a II Guerra Mundial até às revoltas camponesas dos anos 50 contra os latifundiários para obter terras para cultivar. É durante este período que se desenrolam as vidas destas mulheres que enfrentam as calúnias e a maledicência que atingem as suas vidas. É uma memória pessoal mas também colectiva, é uma história nostálgica e amarga mas também de resiliência e força. É uma história de amor e ódio por uma terra bonita, mas pobre e vítima do poder dos ricos, um pouco como todo o sul da Itália.
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Maledicência, calúnia, detração, difamação, má-língua, murmúrio.
Agora sei por que razão restei eu: para contar a história de todos nós. Devagarinho – como dizia a avó Assunta –, começando do princípio.
– E por onde é que vais começar? – pergunta-me o meu pai.
(…)
– Pela maledicência – respondo-lhe. É por aí que tenho de começar. Quando ela se insinuou nas nossas vidas
Teresa, a filha mais velha de Caterina e Nardino Sozzu, é a narradora desta história, apesar de ser tranquila, reservada e silenciosa por natureza.
O avô Armando tinha o dom de narrar. O meu pai o do silêncio. A avó Assunta o da sabedoria camponesa. A minha mãe e a minha irmã, a beleza. E eu?
(…)
Durante grande parte da minha infância fiquei apenas a observar.
Angelina, a irmã mais nova, é o oposto. É uma rapariga rebelde, impulsiva, cheia de sonhos, ambições, vitalidade, curiosidade e arrogância.
Duas irmãs tão diferentes e ainda assim tão próximas, ligadas por um profundo sentimento.
Teresa narra a saga da família Sozzu e mostra-nos uma Apúlia pouco conhecida, desde a II Guerra Mundial até às revoltas camponesas dos anos 50 contra os latifundiários para obter terras para cultivar. É durante este período que se desenrolam as vidas destas mulheres que enfrentam as calúnias e a maledicência que atingem as suas vidas. É uma memória pessoal mas também colectiva, é uma história nostálgica e amarga mas também de resiliência e força. É uma história de amor e ódio por uma terra bonita, mas pobre e vítima do poder dos ricos, um pouco como todo o sul da Itália.